Tal pedido foi feito pelo mesmo procurador que já se opos judicialmente contra um pastor evangélico, sob acusação de "homofobia", usando uma farsa, criada através de uma video-montagem. Acho estranho e grave (parafraseando a ministra Carmem Lúcia, STF), um procurador da República usar de tal artifício. Acredito que ele possa se manfestar em defesa de suas idéias; porém, enganar para atingir qualquer fim, é um ato ao qual um procurador da Repúblia deveria se opor pela própria natureza do seu cargo.
Veja esse pequeno texto abaixo que cita a manifetação do próprio Banco Central, reagindo ao pedido do procurador da República Jefferson Aparecido Dias:
O Banco Central acredita que a expressão não é ilícita por não defender nenhuma religião, citando que o Estado é laico, mas não é ateu ou antirreligioso. “O Estado, por não ser ateu, anticlerical ou antirreligioso, pode legitimamente fazer referência à existência de uma entidade superior, de uma divindade, desde que, assim agindo, não faça alusão a uma específica doutrina religiosa”, diz o parecer do BC.O texto do BC que fala sobre este assunto traz o posicionamento do especialista Ives Gandra Martins lembrando que a “Constituição foi promulgada, como consta do seu preâmbulo, ‘sob a proteção de Deus’, o que significa que o Estado que se organiza e estrutura mediante sua lei maior reconhece um fundamento metafísico anterior e superior ao direito positivo”.Acho que esse texto diz tudo. Ser laico não é ser ateu, ainda que o Estado defenda o direito de alguém o ser, se quiser.
As pessoas não têm noção do que estão plantando. Não pela retirada da frase da nota somente, mas pela retirada de Deus dos seus corações e das mentes, numa época, mais do que nunca, em que urge ao ser humano o alcance da paz.
Contudo, tais pessoas mostram a necessidade humana de uma autoridade sobre si, pois estão, de alguma forma, colocando o Estado acima de Deus, o que o texto do BC também desaprova, lembrando que a Constituição (laica) foi promulgada sob a proteção de Deus. A Bíblia diz que as autoridades constituidas são ministros de Deus, "por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço" RM 13:6.
Mas, com a questão levantada pelo procurador, vemos que agora não estamos falando "apenas" de religião ou placas de igreja, mas da existência de Deus. Está indo longe - muito além de discussão acerca de instituições religiosas. Não temos agora no cenário apenas uma cristofobia - que discrimina a religião cristã e seu preceitos; porém consolida-se também uma teofobia.
O Estado DEVE ser separado da Igreja, pois nem todos crerão. Contudo, isso não deve criar uma postura cruel contra Deus, nem mesmo discriminação contra a esfera espiritual, num país de tradição e maioria cristã. A moeda corrente estampa muitos símbolos da cultura da nação, e a crença na existência de Deus (independente de como essa expressão aconteça), é cultura brasileira. Se fosse o caso, então posso querer que se tire o mico-leão-dourado, porque parte da população não gosta dessa espécie?? (A propósito, mico-leão-dourado é criação de Deus, e, como toda a criação, é um dos motivos para que Deus seja louvado).
Deus não precisa das notas de dinheiro para Seu louvor. Ele tem pessoas de carne e osso que o fazem com sua boca e com sua vida - de livre e espontânea vontade. O Estado é laico, mas não excludente da existência de divina. Creio que muitos ativistas precisam entender que ser laico não é ter ódio contra Deus e que a retirada de "Deus seja louvado" das notas do Real não atende a premissa laica do Estado Democrático de Direito.
Por fim, entendamos: a reflexão feita não é em função de que o Estado precise ter a frase na nota, contudo, é sobre a intenção que há por trás de querer tirá-la. O que realmente move alguém a gastar tempo e entrar num processo em busca desse feito?
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