Marina Silva é evangélica desde 1995, quando era senadora e na aflição da busca pela cura para seus problemas de saúde, aceitou a Jesus Cristo como único Salvador. Porém, na campanha eleitoral deste ano, o assunto se tornou arma de especulação e promoção de preconceito nas mãos de seus adversários políticos, que cogitam a possibilidade de a candidata à presidência ser uma “fundamentalista” religiosa.
Em um vídeo gravado em 2010, quando disputou a presidência da República pela primeira vez, abrigada pelo Partido Verde (PV), Marina contou o testemunho de sua conversão num culto, e detalhou os momentos difíceis enfrentados por conta de sua saúde fragilizada.
Na infância paupérrima no seringal Bagaço, em Breu Velho, no Acre, Marina esteve exposta por diversas vezes à malária, leishmaniose, hepatite e também sofreu com a contaminação por metais pesados, como o mercúrio, por exemplo.
Adolescente, cogitou tornar-se freira, mas enveredou pela militância política sob a tutela de Chico Mendes e foi eleita senadora pelo PT em 1994, assumindo o posto em 1995. Nesse ano, coberta pelo plano de saúde do Senado, fez tratamentos caríssimos no exterior, com médicos do Chile e dos Estados Unidos. Porém, nada surtia efeito e seu corpo ficava cada vez mais debilitado.
Em seu testemunho, Marina diz que sua visão e orientação espacial estavam prejudicadas, assim como fígado e outros órgãos. Para conseguir comer, seguia uma dieta rigorosa e fazia refeições de hora em hora.
No Brasil, após receber “a terceira sentença de morte”, a então senadora acreana ouviu de um médico que ela “precisava de um milagre”. A afirmação a deixou “irritada e constrangida”, mas aceitou a oferta de conversar com o, à época, jovem pastor André Salles, da Assembleia de Deus.
Marina conta que inicialmente achou que Salles fosse um charlatão, mas o pastor disse a ela ter dons espirituais, como revelação e línguas, e descreveu pessoas à sua volta, o que a levou a crer que algo verdadeiro estava acontecendo. Convidada a aceitar Jesus, Marina concordou e as mudanças começaram pelo seu modo de ser.
Em 1997, dois anos após se converter, ela ainda sofria com os mesmos problemas de saúde, e em durante um momento de oração pelos enfermos num culto, lembrou da sigla DMSA, que descreve um remédio experimental que havia sido apresentado a ela nos Estados Unidos. Encorajada pela revelação, Marina aceitou tomar três doses da droga e a partir de então, sua saúde foi restaurada.
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